Autor: Jéssica Mendes Prata

Encontro atualizou profissionais e qualificou o fluxo assistencial em Sergipe

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), realizou nesta terça-feira, 2, a Jornada Estadual de Saúde Bucal. O evento estratégico reuniu coordenadores municipais de Saúde Bucal, cirurgiões-dentistas, especialistas e representantes da rede hospitalar. 

O intuito central foi fortalecer e qualificar o cuidado em todo o território sergipano, por meio de palestras de conteúdo rico, objetivo e que pertence a situações de rotina no atendimento, a exemplo das urgências e emergências odontológicas, atendimento ao Paciente com Necessidades Especiais (PNE), atendimento ao paciente oncológico, Humanização e Primeiros Socorros. 
 
Com foco na Educação Permanente, a Jornada buscou alinhar práticas entre a Atenção Primária à Saúde (APS), serviços especializados e a rede hospitalar. O alinhamento visa garantir que as equipes estejam melhor preparadas para oferecer um atendimento mais eficiente, resolutivo e focado no cuidado humanizado ao usuário.

A coordenadora estadual de Saúde Bucal, Ana Paula Vieira, destacou que a integração entre os níveis de atenção é fundamental para ampliar resultados positivos. “A saúde bucal faz parte da saúde integral. Quando atualizamos as equipes, melhoramos o cuidado na APS, reduzimos sobrecargas na especializada e até evita-se algumas infecções em ambiente hospitalar. Toda a rede ganha quando o profissional está preparado e entende seu papel no fluxo de atendimento”, afirmou.

Segundo a cirurgiã-dentista Bruna Raíssa, que atua na Atenção Primária do município de Japoatã, no baixo São Francisco, os espaços de atuação como a Jornada fortalecem diretamente a base da rede. “Quando compartilhamos experiências e atualizamos nossas práticas, conseguimos resolver mais casos na própria unidade e organizar o fluxo com mais segurança. O usuário sempre retorna para nós, então precisamos estar preparados para orientar, acompanhar e garantir a continuidade do cuidado”, afirmou.

Para a endodontista Cecília Guerra, do Centro de Especialidades Odontológicas Estadual de Simão Dias, município do centro-sul sergipano, temas como atendimento a usuários com deficiência, humanização e primeiros socorros fazem a diferença no cotidiano dos serviços. Ela ressaltou que há muitos procedimentos simples que podem ser resolvidos na APS quando o profissional está atualizado. “Isso desafoga a rede, melhora o atendimento e garante que cada usuário receba o cuidado adequado sem precisar esperar por uma vaga na especialidade”, pontuou.

A coordenadora de Saúde Bucal de Nossa Senhora do Socorro, município da Grande Aracaju, Isabela Simone, avaliou que o evento fortalece o trabalho das gestões municipais ao oferecer atualização técnica e normativa. “Quando o profissional está bem orientado, a assistência muda completamente. Quanto maior o conhecimento e a base técnica das equipes, maior a qualidade do serviço entregue à população. Essa troca é fundamental para o avanço da saúde bucal no território”, explicou.

Fotos: Jéssica Mendes

Workshop orienta equipes para identificar riscos e evitar amputações 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), promoveu, nesta quinta-feira, 13, um workshop sobre pé diabético voltado a profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). A ação teve como foco capacitar médicos e enfermeiros para o atendimento e acompanhamento de pessoas com diabetes, com ênfase na avaliação, prevenção e manejo de lesões nos pés, uma das complicações mais frequentes e graves da doença.

O workshop faz parte de uma estratégia estadual de fortalecimento da rede de cuidados às doenças crônicas. Durante o encontro, os participantes receberam orientações teóricas e práticas sobre o protocolo de atendimento ao paciente com pé diabético, além de kits de avaliação clínica que auxiliam na detecção precoce de alterações de sensibilidade, circulação e integridade da pele. O objetivo é reduzir os índices de internação e amputações decorrentes da falta de diagnóstico oportuno e acompanhamento contínuo.

De acordo com a referência técnica em Doenças Crônicas da SES, Laís Menezes, a iniciativa busca descentralizar o conhecimento e aproximar o cuidado dos usuários da Atenção Primária à Saúde. “Nosso intuito é treinar os profissionais para que consigam identificar precocemente as alterações, evitando complicações graves e melhorando a qualidade de vida das pessoas com diabetes. A capacitação acontece por regiões de saúde, o que facilita o deslocamento e amplia a participação dos municípios”, destacou.

A enfermeira e residente da Atenção Primária do Hospital Israelita Albert Einstein, Victoria Klebis, ressaltou que compreender as causas e os efeitos da diabetes é essencial para garantir o cuidado integral. “O diabetes é uma doença crônica caracterizada pela elevação persistente da glicose no sangue. Essa condição pode comprometer a circulação e os nervos, especialmente nas extremidades, o que reduz a sensibilidade e aumenta o risco de feridas que demoram a cicatrizar. O pé diabético surge exatamente dessa combinação, e o acompanhamento preventivo é o que evita a evolução para amputações”, pontuou.

A enfermeira e coordenadora da Atenção Básica de Brejo Grande, Maria da Conceição Bispo, destacou o impacto da capacitação para os municípios de menor porte. “Temos um número expressivo de pessoas com diabetes. Com essa formação, conseguimos aprimorar o atendimento e multiplicar o conhecimento com as equipes locais. Nosso papel é repassar o que aprendemos para médicos e enfermeiros do município, garantindo que a população receba um cuidado mais atento e humanizado”, afirmou.

A médica de Saúde da Família de Propriá, Kamilla Moreira, reforçou que o controle das doenças crônicas começa na base do sistema de saúde. “A capacitação é importante para relembrar a necessidade da busca ativa e da avaliação constante dos pacientes com diabetes. Quando identificamos alterações logo no início, evitamos complicações maiores, hospitalizações e até amputações. É um cuidado que salva vidas e preserva a autonomia do paciente”, concluiu.

Fotos: Jessica Mendes

O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), entrega nesta sexta-feira, 10, às 9h, o novo prédio do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e a nova Base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) em Boquim.

O centro, que funcionava em um outro endereço, é um importante serviço para atendimento odontológico na região. Em média, o CEO atende cerca de 250 pacientes mensalmente. O CEO de Boquim recebe pacientes referenciados do próprio município, além das cidades de Arauá, Cristinápolis, Indiaroba, Pedrinhas, Salgado, Santa Luzia do Itanhy e Umbaúba.

A nova base do Samu 192 Sergipe substituirá a antiga unidade local, cuja estrutura foi transferida para o moderno prédio e contará com uma Unidade de Suporte Básico (USB), que integra o processo de renovação da frota do Samu, uma iniciativa que vem acontecendo desde 2024.

Serviço:

O quê: entrega do novo prédio do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e nova Base do Samu 192 Sergipe em Boquim

Quando: 10 de outubro (sexta-feira), às 9h

Onde: Rua Camilo Calazans s/n – Bairro Horácio Fernandes Fontes – Boquim

Contato: 79 3226-8331/8332 – Catarina Gonçalves – coordenadora de Comunicação da SES

Evento marca segunda edição da iniciativa e reforça integração entre ensino, serviço e pesquisa

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual da Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP/SE), deu início na última terça-feira, 9, ao II Seminário de Desenvolvimento Tecnológico e Científico – Fortalecendo o Processo de Trabalho em Saúde (SDTEC). O evento, que acontece até quinta-feira, 11, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), reúne profissionais de saúde, gestores, pesquisadores, estudantes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para debater inovação, ciência e práticas exitosas voltadas para à Educação Permanente em Saúde (EPS).

Com uma programação diversificada, o seminário busca fortalecer a qualificação dos serviços de saúde e valorizar os trabalhadores do SUS, promovendo a troca de experiências entre diferentes áreas do conhecimento. A iniciativa conta com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec) e se consolida como espaço de referência para a integração entre ensino, serviço e comunidade.

De acordo com a diretora-geral da Funesa, Carla Fontes, o seminário simboliza um avanço importante na consolidação da Educação Permanente em Saúde em Sergipe. “Esse é um momento que nos fortalece como trabalhadores e como instituição, porque reafirma o compromisso com a valorização do SUS e de seus profissionais. Cada atividade, cada troca de experiência aqui vivida se transforma em aprendizado que vai refletir na ponta, no cuidado à população”, destacou.

Na avaliação da coordenadora do SDTEC, Sheila Barroso, o evento foi pensado como um espaço de construção coletiva. “O objetivo é discutir a Educação Permanente em suas diferentes vertentes, abordando inovação tecnológica, práticas exitosas de trabalhadores do SUS, experiências de estudantes e pesquisas acadêmicas. Essa integração fortalece a rede e gera impactos positivos para o cuidado em saúde”, explicou.

Já a referência técnica do Núcleo Estadual de Educação Permanente em Saúde, Milena Leite, ressaltou que a iniciativa aproxima o ensino da realidade do SUS. “Trazer estudantes, trabalhadores e gestores para esse espaço é fundamental. Essa troca de experiências contribui para a formação de futuros profissionais e para a atualização de quem já está no dia a dia do serviço”, ressaltou.

O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS, Eduesley Santana, também reforçou a importância da parceria com o seminário. “Esse evento dialoga diretamente com a missão da universidade, que é produzir ciência, gerar conhecimento e aproximar a academia da sociedade. O encontro entre profissionais e estudantes enriquece os dois lados e fortalece a qualidade da assistência em saúde”, afirmou.

Fotos: Alliston Santos

Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), coordenados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), têm se destacado na promoção da saúde bucal e na melhoria da qualidade de vida dos sergipanos. Com um atendimento especializado e humanizado, as unidades têm garantido agilidade no fluxo de procedimentos e conquistado a aprovação da população.

Os CEOs estão estrategicamente localizados nos municípios de Boquim, Capela, Laranjeiras, Nossa Senhora da Glória, Propriá, São Cristóvão, Simão Dias e Tobias Barreto, oferecendo uma ampla gama de serviços odontológicos. Entre os procedimentos realizados estão cirurgias orais menores, diagnóstico bucal, endodontia, periodontia, confecção de próteses dentárias e atendimento especializado para pessoas com deficiência. Além disso, são oferecidos exames complementares, como radiografias e exames anatomopatológicos, garantindo um atendimento completo.

De acordo com a cirurgiã-dentista especialista em periodontia, Cinthya Lobo, entre os procedimentos realizados estão a gengivectomia e a gengivoplastia, indicadas para casos de hipertrofia gengival – quando o excesso de tecido pode comprometer o tratamento odontológico. “Esse procedimento é fundamental para quem faz uso de aparelho ortodôntico e apresenta crescimento excessivo da gengiva sobre os dentes. A remoção do tecido possibilita a continuidade do tratamento e melhora a saúde bucal”, explicou.

Segundo a especialista, o CEO oferece toda a estrutura necessária para a realização dos procedimentos periodontais, incluindo raspagem supra e subgengival, cirurgia para retração gengival e correção estética da linha do sorriso. “Para os casos de retração gengival, realizamos o enxerto de gengiva, retirando tecido do palato e reposicionando na área afetada. Isso evita a sensibilidade e garante um resultado funcional e estético satisfatório”, destacou Cinthya.

A assistente administrativa Adriely Nascimento é uma das usuárias que aprovou o atendimento. Segundo ela, a qualidade do serviço oferecido pelos especialistas do CEO superou suas expectativas. “No início, cheguei com insegurança por não conhecer o profissional, mas desde a primeira consulta senti confiança. A dentista explicou todo o procedimento e orientou cada etapa. Foi tudo muito tranquilo, desde a anestesia até o pós-operatório”, relatou.

Ainda de acordo com Adriely, os resultados foram perceptíveis rapidamente: “Logo após o primeiro procedimento, a dentista tirou uma foto e já dava para ver a diferença. Hoje, com a cicatrização completa, meu sorriso está muito melhor”.

A representante de vendas Edcleia Sales também compartilhou sua experiência positiva. “Cheguei ansiosa e com medo, como muitas pessoas têm ao ir ao dentista. Mas a profissional que me atendeu foi extremamente delicada, transmitindo calma e segurança. O procedimento foi rápido, indolor e eficiente, com todo o cuidado necessário”, destacou.

Fotos: Jéssica Mendes

Nesta quarta-feira, teve início o 1º Encontro dos Cursos de Especialização de Desenvolvimento da Gestão de Programas de Residência e da Preceptoria no SUS

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual da Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), segue investindo na capacitação de profissionais da área da saúde, com o objetivo de aprimorar o atendimento à população sergipana. Nesta quarta-feira, 5, foi realizada, na sede da Funesa, a abertura dos cursos de Especialização de Desenvolvimento da Gestão de Programas de Residência e da Preceptoria no SUS – DGPSUS.

As especializações Lato Sensu em Gestão de Programa de Residência em Saúde do SUS (GPRS) e em Educação na Saúde para Preceptores no SUS (PSUS) serão desenvolvidas pelo Hospital Sírio-Libanês, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

A cerimônia de abertura ocorreu em duas etapas. A primeira foi realizada presencialmente na sede da Funesa e contou com a participação de gestores municipais e estaduais da saúde, profissionais da área, representantes de instituições de ensino superior e discentes dos cursos. Na segunda etapa, gestores do Ministério da Saúde participaram de forma on-line, destacando a relevância dessa capacitação para a formação profissional e pessoal dos discentes.

Para a diretora-geral da Funesa, Carla Fontes, a capacitação permanente é essencial para a evolução da saúde pública, e a Funesa está comprometida em proporcionar oportunidades de aprendizado. “Esses cursos representam um passo importante na qualificação dos profissionais da saúde. Sabemos que a jornada de especialização exige dedicação, mas o conhecimento adquirido será um diferencial para cada estudante e, sobretudo, para o fortalecimento do SUS. Estamos aqui para apoiar e incentivar esse processo”, destacou. 

A facilitadora do curso de GPRS, Flávia Vernaschi, ressaltou que as atividades serão conduzidas com base em metodologias ativas. “Os estudantes podem esperar só maravilhas! Os cursos do Sírio-Libanês são baseados em metodologias ativas de aprendizagem, com um arcabouço teórico que inclui pensadores como Paulo Freire e Rubem Alves. Todas as atividades são planejadas com base nessas metodologias e alinhadas às novas normas brasileiras da educação”, explicou.

Já a facilitadora do curso de PSUS, Márcia Carvalho, destacou que os municípios sergipanos contemplados foram Aracaju e Lagarto, e que o objetivo é trabalhar a formação dos estudantes com tecnologias inovadoras de educação. “Destacamos, principalmente, os projetos de intervenção, que serão construídos e desenvolvidos durante o curso aqui na região. Estamos bem animados e acreditamos que a turma tem excelentes expectativas. Esperamos fazer acontecer com muita alegria, aprendizado e trocas de experiências”, enfatizou. 

Expectativas dos estudantes
A bióloga e doutora em Ciências da Saúde Lays Bonfim, discente da especialização em Gestão de Programa de Residência em Saúde do SUS, compartilhou suas expectativas para o curso. “Minha expectativa é adquirir cada vez mais conhecimento, me aprimorar e contribuir, de forma geral, para a saúde. Será a primeira vez que me dedicarei a compreender o processo de implementação e implantação de um curso de residência”, destacou.

Ingressando no curso de Educação na Saúde para Preceptores no SUS, o enfermeiro Genivaldo Costa também demonstrou motivação e grandes expectativas para essa jornada de aprendizado. “O curso em preceptoria é uma forma de fortalecer a parceria entre os profissionais da rede de atenção à saúde, especialmente da atenção psicossocial, e os residentes. Ele vai ajudar a compreender a rotina e o processo de formação dos alunos que chegam para somar ao serviço e contribuir para a construção do SUS. Para mim, é uma oportunidade de fortalecer conhecimentos e aprender ainda mais”, afirmou.

Fotos: Alliston Santos

Direito à saúde integral da população trans é compromisso reforçado por iniciativas do Governo de Sergipe

O acesso à saúde para pessoas trans é um direito fundamental reforçado por iniciativas que buscam garantir um atendimento mais inclusivo e qualificado. Para isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual da Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP/SE), tem promovido capacitações voltadas aos profissionais de saúde, direcionadas aos que atuam nos hospitais e centros de especialidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

As capacitações têm como foco a qualificação do atendimento e da assistência prestada à população LGBTQIAPN+, destacando a importância de um acolhimento humanizado e especializado. Além disso, reforçam a relevância do ambulatório multidisciplinar específico para atender a população trans, localizado no Hospital Universitário de Lagarto, como um espaço de referência no estado. O serviço oferece atendimento em endocrinologia, psicologia, serviço social, farmácia, fonoaudiologia, psiquiatria, ginecologia e urologia, incluindo consultas, acompanhamento pré e pós-cirúrgico e hormonioterapia.

A assessora parlamentar e bacharela em Serviço Social, Ariel Matos, é atendida pelo ambulatório há cerca de seis anos. Ela destaca a importância da capacitação dos profissionais de saúde e da ampliação da compreensão das identidades de gênero, especialmente entre pessoas cisgêneras – aquelas que se identificam com o gênero designado ao nascer com base em características biológicas.

“A inclusão dessa população na política de saúde reforça a necessidade de mais investimentos para ampliar esses serviços, além de estimular, valorizar e capacitar os trabalhadores da saúde. O alto índice de mortalidade da população trans e travesti revela que outros direitos foram negados antes que a violência mais brutal se concretizasse, como a violação do direito à saúde por meio do desrespeito ao nome e ao pronome, da discriminação, da recusa no atendimento e até do constrangimento de pessoas trans e travestis. A formação continuada e as capacitações são instrumentos essenciais para romper preconceitos e estimular a reflexão”, afirmou Ariel.

A artista e profissional de vendas e marketing Nathalia Barcelox também é usuária do ambulatório de Lagarto e, há cerca de um ano, vem sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar em seu processo de transição de gênero. “Quando iniciei meu acompanhamento hormonal, recebi todo o suporte da assistência social, que mantenho até hoje. Primeiro conheci o ambulatório para entender o funcionamento e fui acolhida pela equipe. A partir daí, passei a ter acompanhamento com profissionais que esclarecem dúvidas sobre os medicamentos e seus possíveis efeitos”, explicou.

Nathalia acredita que a capacitação dos profissionais da saúde é essencial para garantir um atendimento digno e igualitário à comunidade LGBTQIAPN+. “Acredito que isso enriquece tanto os profissionais quanto os usuários. O profissional passa a conhecer outra cultura. E ao ter contato com pessoas LGBTQIAPN+, principalmente com a comunidade trans, ele começa a entender que o mundo vai além daquela bolha em que só existem homens e mulheres cis. Existem outros corpos que frequentam aquele espaço, que precisam de cuidados, acompanhamento, e acima de tudo, ter qualidade de vida”, ressaltou.

Capacitação para profissionais de saúde

Ao trazer o atendimento qualificado à comunidade LGBTQIAPN+ como tema central do debate, iniciativas como o curso de capacitação realizado em 2024 buscam desconstruir padrões e construir uma abordagem mais acolhedora.

A psicóloga Lidiane Drapala, que foi uma das palestrantes do evento, enfatiza a importância da capacitação continuada para os profissionais de saúde, com foco na humanização para a população LGBTQIAPN+, que frequentemente enfrenta negligência, violações e invisibilização. Segundo ela, o desenvolvimento de tecnologias e técnicas que aproximem profissionais e usuários(as) é essencial.

“Se não tivermos sensibilidade suficiente para entender a dimensão dessas questões, qualquer orientação técnica perde o sentido. Quando falamos de pessoas LGBTQIAPN+, que sofrem violência e muitas vezes não têm o direito de ser quem são, precisamos redobrar essa sensibilidade. É essencial ter paciência com as dores do outro e humildade para compreender sua história”, destacou a psicóloga.

Lidiane Drapala também ressalta que a transição de gênero pode estar associada a transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático, agravados pela dificuldade de viver a própria identidade em uma sociedade ainda marcada pelo preconceito. “Essas vivências trans também são permeadas pelo medo da falta de empregabilidade, da rejeição familiar e até da insegurança no direito de ir e vir. Precisamos desenvolver estratégias para reduzir esse sofrimento e enfrentar essa realidade”, concluiu.

Já a enfermeira e coordenadora do ambulatório trans do Hospital Universitário de Lagarto, Amanda Vitório, destaca a importância do acompanhamento por uma equipe multidisciplinar para garantir o acesso à saúde integral das pessoas trans usuárias do serviço. Segundo ela, a capacitação dos profissionais é essencial para fortalecer um atendimento humanizado e com equidade.

“Isso reduz o preconceito e a discriminação, além de proporcionar um acolhimento mais individualizado e equitativo, de acordo com as necessidades de cada pessoa. No ambulatório, essas pessoas são chamadas pelo nome social, sendo que um dos seus maiores receios é justamente não serem reconhecidas dessa forma. Com o tempo, percebem que estão em um ambiente seguro, humanizado e livre de discriminação, onde se sentem bem, confortáveis e devidamente cuidadas”, enfatizou Amanda.

Fotos: Jessica Mendes, Alliston Santos

Fluxos ágeis e fáceis destacam o compromisso do Estado com a saúde bucal dos sergipanos

Com o objetivo de garantir agilidade no fluxo de atendimentos, os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), coordenados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), vêm conquistando a aprovação da população sergipana com diversos serviços na área da odontologia.

Localizados em Boquim, Capela, Laranjeiras, Nossa Senhora da Glória, Propriá, São Cristóvão, Simão Dias e Tobias Barreto, os CEOs contam com dentistas especializados em cirurgia oral menor, diagnóstico bucal, prótese, endodontia, periodontia e atendimento às pessoas com deficiências. 

A dona de casa Valdice de Almeida está vivendo uma etapa importante na sua jornada para recuperar o sorriso. Em processo de prova para a instalação de sua prótese dentária, ela compartilhou suas expectativas. “Com a colocação da prótese, vai mudar muita coisa na minha vida. Vou ficar com o sorriso, que é o nosso cartão-postal, ter todos os dentes, poder falar e sorrir para as pessoas. O atendimento daqui vale muito a pena”, afirmou Valdice.

O pintor Alaelson Santos também demonstrou satisfação com o atendimento no CEO João de Andrade Garcez, em São Cristóvão. Ele acompanhou seu filho, Alaelson Micael dos Santos, de 11 anos, em um procedimento de endodontia. “Meu filho veio hoje para fazer um canal no dente. O atendimento foi bem bacana, deu tudo certo e não demorou muito. Com certeza voltarei, caso eu ou minha família precise”, garantiu Alaelson.

Fluxo dos CEOs

De acordo com a apoiadora operacional Cláudia Lisboa, o atendimento é iniciado na Atenção Básica, na Unidade Básica de Saúde (UBS). Caso necessário, o usuário é encaminhado para atendimento especializado por meio de um formulário chamado Guia de Cuidado. “Com essa guia, o usuário pode ligar para o CEO ou ir pessoalmente à unidade mais próxima. Em alguns municípios, o próprio dentista realiza o agendamento diretamente com o centro. Se não houver lista de espera, o usuário já sai com a data marcada. Caso contrário, ele é inserido na lista e aguarda o contato do centro odontológico para agendamento”, disse.

Os CEOs de São Cristóvão e Simão Dias possuem fluxos diferenciados de atendimento, com a intenção de expandi-los para as demais unidades. O usuário inicia seu tratamento na Atenção Básica, caso o dentista identifique a necessidade do tratamento especializado ele será encaminhado para o CEO por meio do Guia de Cuidado. 

No caso do CEOs de São Cristóvão e Simão Dias, onde as primeiras consultas são reguladas, os usuários precisam ir à central de marcação do seu município com o Guia de Cuidado, junto aos demais documentos obrigatórios, como identidade, comprovante de residência, cartão do SUS, e identidade do responsável em caso de menor de idade. Lá, os dados são inseridos no sistema e o usuário aguarda o agendamento pela Central de Regulação do Estado”, detalhou Cláudia Lisboa.

Nos casos de lesões bucais, os CEOs oferecem atendimento prioritário, dispensando a necessidade de lista de espera. Cláudia ressalta que, após o diagnóstico, o tratamento adequado é indicado e o usuário encaminhado para a rede hospitalar. “Enviamos todas as informações, como o resultado do exame, para a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que faz a marcação da primeira consulta de avaliação”, concluiu.

Fotos: Jessica Mendes

Mais de 21 mil pessoas foram beneficiadas com os atendimentos em prol da saúde bucal dos sergipanos

Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), coordenados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), têm se destacado na promoção da saúde bucal e na melhoria da qualidade de vida da população sergipana. Em 2024, as oito unidades do estado, que integram a Política Nacional ‘Brasil Sorridente’, realizaram cerca de 79 mil procedimentos, beneficiando 21 mil usuários com atendimentos especializados.

Localizados nos municípios de Boquim, Capela, Laranjeiras, Nossa Senhora da Glória, Propriá, São Cristóvão, Simão Dias e Tobias Barreto, os CEOs oferecem uma ampla gama de serviços. Dentre eles estão o atendimento odontológico a pessoas com deficiência (PcD), cirurgias orais, diagnóstico de câncer de boca, endodontia, periodontia e confecção de próteses dentárias. Também são realizados exames complementares, como radiografias e exames anatomopatológicos.

Segundo a coordenadora dos CEOs, Laísa Oliveira, os números de 2024 refletem o compromisso das unidades em oferecer um atendimento humanizado e de qualidade. “Buscamos atender a população com respeito e dedicação, garantindo acesso a tratamentos que impactam diretamente a qualidade de vida das pessoas. Os resultados mostram que estamos no caminho certo”, destacou Laísa.

Satisfação dos usuários

A agente comunitária de saúde Ana Sthefany Cruz, moradora de Pirambu, foi uma das beneficiadas pelos atendimentos. Ela relatou que foi encaminhada ao CEO após sentir fortes dores, e que o atendimento trouxe grande alívio. “Comecei o tratamento para fazer o canal e minhas dores diminuíram muito. Os profissionais daqui são muito atenciosos e me receberam muito bem. Estou super feliz porque minha qualidade de vida melhorou bastante”, afirmou Ana.

Já a cabeleireira Flávia Maria inicialmente estava com receio, mas se surpreendeu com a excelência do atendimento. “Desde a recepção até a dentista, fui muito bem atendida. O procedimento que estou realizando já trouxe resultados, e hoje não sinto mais dor. Se pudesse avaliar de 1 a 10, daria nota 10 com certeza”, disse.

A administradora Edna Hillyf também elogiou o atendimento ao visitar o CEO de Laranjeiras pela primeira vez: “Achei tudo maravilhoso, desde a recepção até o atendimento odontológico. Ter uma unidade específica para saúde bucal é uma iniciativa incrível, principalmente porque muita gente não tem condições de arcar com tratamentos particulares. Essa é uma grande contribuição para a população”.

Fotos: Jessica Mendes