Saúde Estadual capacita profissionais da APS sobre o cenário da hanseníase, protocolo clínico e diretrizes terapêuticas

Foto: Pedro Alexandre

Para encerrar o Janeiro Roxo, mês cuja campanha trabalha a conscientização, prevenção e combate à hanseníase, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), realizou, nesta terça-feira, 31, uma tele-educação com o tema: “Cenário da Hanseníase em Sergipe, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas”. Operacionalizada pela Coordenação de Tecnologias Aplicadas à Educação em Saúde, por meio do programa Telessaúde, a webpalestra contou com a participação de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) que atuam em dezenas de municípios dos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia.

Na oportunidade, o diretor estadual de Vigilância em Saúde e médico infectologista, Marco Aurelio Góes, discorreu sobre a temática, com destaque para aspectos epidemiológicos e pontos do novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), além de apresentar dados do panorama mundial. “Essa discussão faz parte das ações da SES, que tem como objetivo principal promover a atualização e a reflexão dos profissionais de saúde, tanto em relação aos dados e tendências que temos observado. O estado de Sergipe tem índices endêmicos em hanseníase, e temos um grande desafio, que é a descoberta ativa de casos”, ressaltou.

Foto: Pedro Alexandre

O especialista também explicou que a discussão busca sensibilizar a comunidade dos profissionais de saúde sobre o tema, que está presente no dia a dia do trabalho das equipes. “Todas pessoas que têm lesões na pele, áreas de dormência, devem ser investigadas quanto à hanseníase, para que possamos fazer um tratamento de forma oportuna e quebrar a cadeia de transmissão. A forma de prevenção da hanseníase é identificar casos e realizar tratamento, pois assim que o tratamento é iniciado, evita-se a transmissão, pois ao tomar o antibiótico, a pessoa já não elimina o bacilo”.

Outro assunto importante abordado na ação educacional foram os objetivos do PCDT, que envolvem a definição dos critérios de diagnóstico; tratamentos farmacológicos e não farmacológicos; abordagem psicossocial para o enfrentamento ao estigma e discriminação; avaliação de contatos; acompanhamento e monitoramento para pacientes acometidos pela doença; e mecanismos de gestão e controle da endemia, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outros dados

Dentre os índices de novos casos, foram apresentados: a taxa detecção geral de novos casos de hanseníase por 100 mil habitantes, segundo região de residência no Brasil – 2012 a 2021, e novos casos segundo Unidade da Federação e capital de residência, em 2021; a proporção de cura dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes, segundo região de residência Brasil – 2013 a 2021; proporção de novos casos de hanseníase segundo modo de detecção no Brasil, em 2022, além de outros indicadores e dados.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil é o segundo país no mundo em número de casos da doença, ficando atrás apenas da Índia. Entre 2010 e 2019, foram diagnosticados mais de 300 mil novos casos de hanseníase no Brasil, sendo 20,6 mil em menores de 15 anos. Já em 2020, foi registrada a redução de 41,4% dos casos de hanseníase no Brasil. Da mesma forma, houve redução das notificações de hanseníase em menores de 15 anos (-56,82%). Em contrapartida, o diagnóstico de hanseníase multibacilar aumentou (8,1%).

Atualmente, cerca de 29,8 mil pacientes estão em tratamento no SUS. O tratamento da hanseníase é realizado em âmbito ambulatorial, nas unidades básicas de saúde da Atenção Primária, serviços especializados, hospitais públicos e universitários.

 

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Última atualização: 31 de janeiro de 2023 21:04.




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