Secretaria da Saúde promove seminário sobre luta antimanicomial e novos modelos de cuidado

A luta antimanicomial se caracteriza pela busca pelos direitos das pessoas com transtornos mentais

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual da Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública (ESP/SE), realizou nesta terça-feira, 28, um seminário em alusão ao Dia da Luta Antimanicomial, reunindo profissionais e gestores de saúde mental, com o objetivo de discutir e refletir sobre novos modelos de cuidado para pessoas com transtornos mentais. O evento buscou desmistificar a ideia de que a luta antimanicomial se limita ao fechamento de manicômios, enfatizando a importância de ações que promovam liberdade, atenção e cuidado.

Durante o seminário, os palestrantes destacaram a necessidade de promover a reinserção social dos usuários e ressaltaram a importância dos profissionais refletirem sobre suas práticas, ajudando esses indivíduos a desenvolverem a capacidade de trabalhar, gerar renda e reabilitar-se psicossocialmente por meio da cultura e da arte.

De acordo com a referência técnica da Rede de Atenção Psicossocial Especializada (Rapes) da SES, Silvia Ferreira Costa, o seminário buscou ampliar a informação do verdadeiro significado de manicômio. “Queremos proporcionar uma reflexão aos profissionais para que, dentro dos espaços e dos serviços, eles tragam e devolvam a esse usuário com transtorno mental a reinserção social. Devolver para a sociedade a fim de que ele consiga trabalhar, possibilitando geração de renda para si e para a família e também oferecer possibilidades de reabilitação através da cultura e da arte”, explicou.

Ainda de acordo com Silvia Costa, o evento foi direcionado a profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), gestores, prefeitos e representantes da assistência social. “Focamos nesses grupos porque acreditamos que, através deles, conseguiremos reintegrar os usuários ao meio social”, destacou.

Segundo a responsável técnica em Rede de Atenção Psicossocial Especializada, Suely Matos, o seminário também visou incentivar a participação ativa dos municípios nesse processo, compartilhando experiências exitosas e servindo de inspiração para outros. “Este momento é um tipo de convocação para que os profissionais tenham essa ruptura do cuidado do modelo manicomial para o modelo de cuidado em rede e em liberdade, tendo um momento de reflexão para que possam repensar sobre a prática no cotidiano, e como temos vários profissionais, essa troca se torna valiosa e deixando o trabalho mais leve”, ressaltou.

A psiquiatra e diretora emérita da Associação Brasileira de Saúde Mental, Ana Pitta, abordou sobre a importância de conversar sobre saúde mental com profissionais que lidam diariamente com usuários com algum tipo de transtorno. “É essencial discutir as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores de saúde mental. Estou feliz com a iniciativa de reunir todos para refletir, compartilhar e discutir os desafios e progressos na saúde mental”, revelou. 

A coordenadora de um dos CAPs da cidade de Nossa Senhora do Socorro, Yamani Ferreira Costa, enfatizou a constante aprendizagem proporcionada por eventos como esse. “Esse evento é de extrema importância para nós, porque falar da luta antimanicomial é algo muito prazeroso para quem já está nessa luta diária. Socorro é um município que possui quatro unidades de CAPs, e em dois deles já temos usuários que aprenderam a pintar e desenhar em quadros e, hoje, conseguem gerar renda com uma grande produção, graças ao trabalho desenvolvido pela nossa equipe”, revelou.

Texto e Foto: NUCOM/Funesa

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Última atualização: 29 de maio de 2024 10:32.




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