Oficina capacita profissionais de Sergipe no cuidado de crianças e adolescentes com HIV/Aids

Objetivo foi capacitar médicos e enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde dos municípios sergipanos

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), promoveu nesta quarta-feira, 2, uma oficina voltada ao cuidado e protocolo clínico de diretrizes terapêuticas para crianças e adolescentes com HIV/Aids. O objetivo foi capacitar médicos e enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) dos municípios sergipanos.

Segundo a responsável técnica da SES para o atendimento de gestantes e crianças com HIV/Aids, Jôse Calasans, a oficina aborda de forma prática como os profissionais podem identificar o momento certo para revelar o diagnóstico de HIV a crianças e adolescentes. “Essas crianças sofrem sequelas, como atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, muitas vezes expostas ao vírus ainda no útero. É essencial que o profissional de saúde saiba como e quando comunicar esse diagnóstico, sempre considerando as idades e as fases da vida”, explicou.

De acordo com o responsável técnico pelo programa de IST/Aids e hepatites virais da SES, Almir Santana, o evento também focou em orientar os profissionais sobre o manejo clínico de crianças que, além de viverem com HIV, apresentam transtornos mentais e Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Estamos detectando crianças expostas ao HIV desenvolvendo esses transtornos, e muitos profissionais não sabem como lidar. O medicamento antirretroviral faz parte da vida dessas crianças e, com a presença de condições como o autismo, o tratamento se torna ainda mais delicado”, pontuou.

Já o infectologista pediátrico do Ministério da Saúde, Rodrigo Groisman Sieben, destacou que o Brasil é um dos países pioneiros na redução da transmissão vertical do HIV. “A luta das pessoas vivendo com HIV ainda é muito negligenciada em diversas partes do mundo. Por isso, é essencial que haja momentos de educação continuada para que os profissionais possam se atualizar e melhorar o cuidado com esses usuários. É fundamental que as crianças recebam o tratamento corretamente para manter a qualidade de vida”, enfatizou.

Aprimoramento dos cuidados

Segundo a enfermeira Thamires Caroline, que atua na APS do município de Aquidabã, o pré-natal desempenha um papel fundamental na prevenção da transmissão vertical. “Realizamos testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites, o que nos permite fazer diagnósticos precoces e iniciar o tratamento o quanto antes, evitando a transmissão para o bebê. Esta oficina é uma oportunidade de atualização para nós, profissionais de saúde”, comentou ela. 

O médico Leandro Rocha, que atua na APS em Estância, destacou que a capacitação contínua é fundamental para melhorar a condução do tratamento de crianças e adolescentes com HIV. “Nós somos o primeiro ponto de contato desses usuários, desde o diagnóstico até o acompanhamento, e é essencial que saibamos como orientar as famílias e conduzir o atendimento em conjunto com uma equipe multidisciplinar”, reforçou.

Por fim, o médico da APS de Itabaianinha, Roberto Fontes, corroborou a importância de combater tabus e preconceitos ainda presentes na sociedade em relação ao HIV: “Nós, profissionais de saúde, somos peças-chave para educar a população e desmistificar questões relacionadas ao HIV, sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis. A educação continuada é fundamental para nos mantermos atualizados sobre as melhores práticas e abordagens, sempre visando o bem-estar dos nossos usuários”.

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Última atualização: 3 de outubro de 2024 09:05.




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