Mostra Sergipana estimula Práticas Integrativas na Atenção Primária à Saúde

Foto: Flávia Pacheco/SES

Com o objetivo de promover a saúde e prevenir doenças, as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) estão presentes em 15.955 serviços de saúde da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Brasil. No estado de Sergipe 65 municípios ofertam o serviço em 201 estabelecimentos, cujos benefícios do tratamento, integrados à medicina convencional, são cientificamente comprovados. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de PICS à população e os atendimentos começam na Atenção Básica, porta principal de entrada para o SUS.

Assim, reconhecendo a importância dessas práticas e como valorização dos serviços, nesta terça-feira, 30, das 8h às 16h, a Secretaria de Estado da Saúde ( SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), promoveram a Mostra Sergipana de Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde, evento que teve como finalidade enfatizar a promoção da saúde e a prevenção de doenças através de métodos terapêuticos e recursos naturais, além de oportunizar a troca de experiências com a apresentação de trabalhos realizados pelos municípios sergipanos em suas comunidades.

Foto: Flávia Pacheco/SES

O referência técnica para as Práticas Integrativas e Complementares da SES, Glaudenilson Silva, comentou que a Mostra, de acordo com o que foi planejado, foi realizada com êxito.“Nós tivemos uma participação efetiva dos representantes dos municípios que vieram. O que foi possível perceber, também, é o quanto de implicação cada um traz nas suas falas, nos relatos das suas experiências. Não é possível deixar de lado toda uma questão emotiva que se traz quando se fala das práticas integrativas porque acredito que há uma compreensão, hoje, de que olhar para o outro, dentro das suas necessidades, é algo que não é distinto do profissional de saúde, ele sai desse perfil de alguém que está atrás de um balcão, de um birô, de uma mesa prescrevendo algo. Ele é alguém, hoje, que tem que participar efetivamente na relação com o usuário, tem que interagir, olhar no olho, tocar na mão, sentir a respiração, e esse sim é o profissional que passa por um processo de transformação, de reelaboração do seu ser, do seu estar, num ambiente de saúde”.

Segundo a consultora técnica da Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Sofia Sayuri Yoneta, esse foi um encontro riquíssimo com potencial local importante de comunicar o que está sendo realizado.

Foto: Flávia Pacheco/SES

“Participar aqui da Mostra de Práticas Integrativas é muito importante, comemorando pela primeira vez a Semana Nacional de Práticas Integrativas e que mostra ser um momento no qual a gente pode falar do nosso cotidiano, da atividade diária de diversos atores na ponta, na gestão, o papel das práticas integrativas na promoção da saúde e na prevenção de agravos enquanto ferramenta extremamente potente, principalmente dentro da Atenção Primária em Saúde, e que seja um momento de muita troca entre os municípios, entre os atores e os usuários presentes aqui. É um encontro riquíssimo que tem um potencial local importante de comunicar o que está sendo realizado, as experiências, e também compartilhar com muita energia os nossos desafios”, comentou Sofia.

Para o professor de Biofísica no Departamento de Fisiologia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Murilo Marchioro, é muito importante a presença da universidade nesse encontro porque, além das políticas de saúde do estado, ela contribui com o apoio científico e na formação.

“Lá dentro da UFS temos um grupo de pesquisa chamado Mente e Consciência que confronta o paradigma do materialismo científico e busca introduzir um paradigma mais holístico. Então a UFS tem um grupo bom de professores e grupos de pesquisa que estão trabalhando e já estamos vendo a necessidade de criar um curso de pós-graduação nessa área porque a ideia é que essa se expanda cada vez mais, o que vai em consonância com essa mudança de paradigma, como a gente vê a saúde, e a gente mesmo. Se a gente entendesse a nossa própria realidade talvez nem precisasse de uma medicina, se entendêssemos a nossa própria realidade, essa volta para o interior, na verdade existe uma autocura, nosso organismo tem a própria farmácia, a gente tem todo tipo de droga, mas o problema é que estamos sempre desequilibrados. Então um evento desse tipo contribui para o todo, o maior remédio, primeiro, é fazer a reforma íntima, entender quem a gente é, nós temos que promover a saúde, não curar doença”.

Um dos municípios a apresentarem seus trabalhos foi Aracaju que desenvolve ações com mulheres gestantes no acompanhamento do pré-natal, no conjunto Augusto Franco, no bairro Farolândia. “A importância desse evento é muito grande porque é um estímulo para a gente estar sempre aumentando a questão das Práticas dentro do SUS. Sabemos que a medicina está ai para ajudar a tratar mais o sintoma do que a causa e, na minha visão, eu acho importante essa questão de estar vendo o que está levando essa doença a acontecer. Então as práticas tem que ser sim introduzidas cada vez mais na saúde e valorizadas, principalmente. É um saber popular antigo que tem que ser resgatado e valorizado para que fortaleça porque as doenças estão ai desde sempre”, disse a agente comunitária de saúde da Atenção Básica e técnica em massoterapia, Ana Paula da Silva Lucio.

Ana Paula conta, ainda, que tentam introduzir no trabalho com as grávidas no pré-natal, práticas como a auriculoterapia, a fitoterapia, incentivo à fabricação do enxoval, a barriga de gesso, a shantala, e outras. A barriga de gesso, por exemplo, consiste em fazer um molde de gesso da barriga para que elas guardem como lembrança da gestação e, depois, cada uma personaliza a escultura de acordo com o gosto próprio com desenhos e pintura.

 

Ascom SES

 

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Última atualização: 2 de maio de 2019 12:51.




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