SES e Funesa realizam Capacitação em Abordagem Intensiva do Tabagismo

Profissionais de saúde da rede ambulatorial especializada ou hospitalar do SUS participam, nesta terça-feira e quarta-feira, 22 e 23, da Capacitação para Abordagem e Tratamento do Tabagismo, ação realizada pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a finalidade de implantar o Programa de Abordagem e Tratamento do Tabagismo, voltado a pessoas que querem parar de fumar.

O tabagismo é amplamente reconhecido como doença epidêmica resultante da dependência de nicotina e classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no grupo dos transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de substâncias psicoativas da Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Segundo informações do projeto da capacitação, com base em informações da OMS, essa dependência faz com que os fumantes se exponham, continuamente, a mais de 4.700 substâncias tóxicas, fazendo com que o tabagismo seja o fator causal de aproximadamente 50 doenças diferentes, com destaque para doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e câncer.

As ações para promover a cessação do tabagismo buscam, sobretudo, métodos eficazes para tratamento da dependência de nicotina. Nesse sentido, torna-se importante a ampliação de profissionais capacitados para o apoio à cessação de fumar, principalmente da rede básica do SUS, através das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). Para a psicóloga que atua na Unidade Básica de Saúde do município de Itabi, Sílvia Conserva, a capacitação deixa os profissionais mais próximos do aperfeiçoamento de um trabalho que necessita um conhecimento teórico-técnico. “Essa habilitação contribui para o favorecimento da atuação em grupo, de acordo com as diretrizes do SUS. Executar esse trabalho junto a outros profissionais é muito importante, pois conseguimos trocar experiências, implantar técnicas e obter avanços”, pontuou.

A capacitação conta com cinco facilitadores. De acordo com a facilitadora Lívia Silva, que é área técnica da Atenção Oncológica e do Programa de Controle do Tabagismo da SES, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) abrange várias diretrizes. Em Sergipe, uma delas está sendo cumprida, que é ampliar o número de profissionais capacitados para que eles possam melhorar o serviço, como aqueles que ainda não implantaram em seu respectivo município. Há uma equipe multiprofissional, com enfermeiros(as), médicos(as), odontólogos(as), fonoaudiólogos(as), assistentes sociais, farmacêuticos(as), educadores físicos, psicólogo(a), etc.

“Quando eles voltam aos seus territórios de atuação, eles precisam dessa equipe fortalecida para o cuidado com usuário. Quando o programa é implantado, o profissional passa a receber medicamentos ofertados pelo Ministério da Saúde, através de uma lógica de fluxo de planejamento, onde todos passam a produzir informações, e podemos monitorar e avaliar. Com isso já fizemos uma cobertura de 60 municípios, mas estamos com a missão de aumentar a cobertura dessa oferta”, informa Lívia.

Referência Técnica em Educação Permanente em Saúde da Funesa, Genivaldo dos Santos afirma que a qualificação busca atuar conforme as orientações do PNCT, que tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes no país e, consequentemente, a morbimortalidade. “Inicialmente a capacitação seria para 50 pessoas, mas diante da demanda significativa, contamos com a presença de mais de 80 participantes”. Genivaldo acrescenta que “a descentralização do Programa para Estados e Municípios utiliza as estratégias de prevenção da iniciação do tabagismo; proteção da população contra a exposição ambiental e à fumaça do tabaco, promoção e apoio à cessação de fumar; e regulação dos produtos de tabaco através de ações educativas e de mobilização de políticas e iniciativas legislativas e econômicas”.

Controle do Tabagismo

Ainda de acordo com a OMS, o Brasil é um dos primeiros países a alcançar o mais alto nível das seis medidas “MPOWER” de controle do tabaco, que seguem preceitos semelhantes ao PNCT, como: Monitorar uso de tabaco e políticas de prevenção; aumentar impostos sobre o tabaco; fazer cumprir as proibições sobre publicidade, promoção e patrocínio; advertir sobre os perigos do tabaco; oferecer ajuda para cessação do fumo; e proteger a população contra a fumaça do tabaco. Dessa forma, o Brasil conseguiu implementar as melhores práticas no cumprimento das estratégias preconizadas pela OMS. Em julho último, durante o lançamento do Relatório da OMS sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, foi divulgado que o país é referência internacional no combate ao tabagismo.

Tratamento no SUS

O tratamento do tabagismo é oferecido em mais de 4 mil unidades de saúde, a maioria (91%) na Atenção Primária, a porta de entrada do SUS. O Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar, com medicamentos como adesivos, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e o medicamento bupropiona. Em 2018, foram tratadas mais de 134 mil pessoas. Para saber quais unidades de saúde oferecem o tratamento, a população pode obter a informação em qualquer um dos 43 mil postos de saúde disponibilizados no Brasil ou na Secretaria de Saúde do município. Outras informações ainda podem ser consultadas na Secretaria Estadual de Saúde ou, via telefone, no Disque Saúde 136.

 

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Última atualização: 23 de outubro de 2019 15:08.




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