“A situação do novo Coronavírus em Sergipe e manejo clínico na APS” é tema de webpalestra

Foto: Míriam Donald

Diante do momento de pandemia mundial, com os casos do novo Coronavírus (Covid-19) no Brasil, além de casos notificados em alguns estados, incluindo Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através do Telessaúde Sergipe, atua nesse enfrentamento e, nesta sexta-feira, 20, realizou a webpalestra “A situação do Coronavírus em Sergipe e o manejo na APS”, voltada aos profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde das unidades de saúde dos municípios brasileiros. A ação de tele-educação contou com 128 pontos de acesso, nos estados da Bahia, Maranhão, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Na webpalestra foi apresentado um panorama sobre o vírus, com abordagem sobre o auxílio na definição do papel dos serviços de APS/ESF no manejo e controle da infecção Covid-19, bem como disponibilizar os instrumentos de orientação clínica para os profissionais que atuam na porta de entrada do SUS. Além disso, também foram discorridas as temáticas da origem do Coronavírus; a emergência de saúde pública de importância internacional; conceitos biológicos do vírus; conceitos de transmissão; disseminação; período de incubação; casos notificados, suspeitos e descartados; como retardar o pico da epidemia; níveis de ativação da contingência; manifestações clínicas; taxa de mortalidade; outras epidemias; prioridades da assistência; prevenção; e Plano de Contingência Estadual.

Foto: Míriam Donald

Ministrada pelo professor, supervisor do Programa Mais Médicos e médico infectologista da SES, Marco Aurélio Góes, e pelo médico de Família e Comunidade, professor da UFS e tutor do Programa Mais Médicos, João Cavalcanti, a webaula teve foco principal na situação do cenário local, e a preparação pra um segundo momento, com a doença já presente no território. O infectologista Marco Aurélio dialogou com os colegas da Atenção Primária da rede hospitalar, além de falar da disponibilidade de uma rede de suporte para os casos graves e da necessidade de toda rede de APS, que é a mais capilarizada e está em todo lugar.

“Os profissionais da APS também precisam estar organizados para conseguir identificar casos graves, referenciar, orientar a população, reorganizar atendimentos para evitar transmissão dentro das unidades de saúde, reagendar atendimentos, distribuir medicamento pra mais tempo e dar preferência para que acompanhamentos crônicos seja nas respectivas residências, a exemplo da pessoa idosa, etc. Todo esse cuidado é para conter uma transmissão intensa no território”, explicou Marco Aurélio.

Na oportunidade, as principais dúvidas dos profissionais em relação à patologia também foram esclarecidas. O médico João Cavalcanti ressaltou que, neste momento, a Atenção primária tem um papel fundamental, principalmente para informar e educar a população, reforçando a necessidade de isolamento domiciliar, como também no reconhecimento dos casos mais graves. “O processo de trabalho na Atenção Primária é sempre voltado para uma longitudinalidade, que tem ações programáticas destinadas à população. Então, neste momento, ela se volta para a principal necessidade de saúde da população, mas sem esquecer os cuidados longitudinais que precisam ser feitos”.

Foto: Míriam Donald

Ainda segundo João, o foco agora é “reconhecer síndromes gripais, se preservar com os equipamentos de proteção individual, locais adequados para dar assistência à população e reduzir os efeitos que esse vírus pode provocar em nosso estado e nas cidades onde esses profissionais atuam. É nossa responsabilidade fazer isso para que o pico da doença não ocorra de imediato, para que seja controlado numa linha de tempo maior. São medidas que evitam que as pessoas sejam contaminadas de uma vez e ultrapasse a capacidade do nosso sistema de saúde. É momento de se proteger, se resguardar, apoiar o Sistema Único de Saúde e reconhecer o trabalho dos profissionais”, pontuou o médico.

Para a coordenadora do Telessaúde, Eneida Ferreira, a Atenção Primária à Saúde, enquanto porta de entrada principal do sistema de saúde, tem papel fundamental no cuidado, durante esta situação pandemia. “Essa webpalestra foi elaborada para que o profissional de saúde tenha conhecimento técnico e científico para lidar com essa situação de forma a proporcionar cuidado no território e, ao mesmo tempo, tendo a segurança e proteção necessárias. Dessa forma, poderemos evitar que casos simples venham a se complicar e sobrecarregar outros níveis de atenção”, afirmou.

 

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Última atualização: 20 de maio de 2020 20:46




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