Saúde Bucal: Dentistas do CEO realizam cirurgia em bebê para corrigir disfunção da “língua presa”

Ao nascer, Kauany Mauricio de Jesus, de quatro meses de vida, apresentou uma condição congênita do frênulo lingual curto (anguiloglossia), mais conhecido como “língua presa”. A disfunção restringe a movimentação da língua, devido à dificuldade no levantamento e movimentação lingual, o que influencia no processo de amamentação dos bebês e, posteriormente, na fala. Diante da situação, a paciente passou pelo procedimento cirúrgico de frenotomia no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Boquim, unidade administrada pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), com suporte da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Realizado o procedimento, a mãe de Kauany, Lívia Santos de Jesus, conta que o resultado atendeu as expectativas. “Eu gostei muito. Todos foram muito muitos atenciosos. Minha filha ficou muito bem e estou amamentando normalmente. A cirurgia contribuiu para que ela tenha facilidade na alimentação e fala. Agradeço pela paciência de toda a equipe do CEO e às profissionais que cuidaram dela. O atendimento nos deixou seguros e fez a diferença”.

Para os profissionais odontólogos, o reconhecimento dos usuários reafirma que o trabalho é mais que necessário; é essencial na vida da população. Além da técnica, a atividade do cirurgião-dentista – cuja data é celebrada no próximo dia 25 de outubro – requer minuciosidade. De acordo com a cirurgiã-dentista do CEO de Boquim, Gabriela Gutierrez, uma das responsáveis pelo procedimento da paciente Kauany, o procedimento é simples, mas deve ser feito com atenção. “Colocamos anestesia local e estabilização protetora para o bebê. Em seguida fizemos uma pequena incisão no freio lingual para soltá-la. Quanto mais cedo o procedimento é feito, a possibilidade de desenvolver problemas com o freio lingual diminui”, explica.

Parceira na missão, a cirurgiã-dentista e periodontista Mônica Cabral Cardoso observa que nos primeiros meses de vida do bebê, a língua exerce um papel bastante importante na sucção e deglutição do leite (seja materno ou fórmula). “O correto movimento da língua favorecerá ao encaixe adequado entre a boca do bebê e o seio materno e/ou mamadeira. A amamentação de crianças com anquiloglossia é inadequada fazendo com que haja impacto no quadro nutricional dos bebês e traz desconforto e dores no seio”.

A Lei 13.002/2014 garante a obrigatoriedade do protocolo de avaliação do frênulo lingual em bebês (teste da linguinha). “Como o procedimento cirúrgico para o tratamento da anquiloglossia é de média complexidade, sua execução ambulatorial é de competência dos CEOs. Desta forma, os Centros de Especialidades Odontológicas garantem a integralidade da atenção odontológica ambulatorial especializada para os usuários do SUS”, afirma Mônica.

Criados para assegurar os atendimentos odontológicos especializados à população de Sergipe, os Centros de Especialidades Odontológicas ofertam assistência à saúde bucal, sendo instrumento de gestão e planejamento para os municípios. “Os CEOs atuam de forma resolutiva, ofertando tratamentos gratuitos através do SUS, além de ampliar o acesso dos usuários na busca da efetivação da integralidade na Atenção à Saúde, no alcance aos conceitos e práticas da universalidade, integralidade e equidade. Para esse serviço ser contínuo e se desenvolver, é necessário o desempenho e dedicação dos odontólogos, que unem conhecimento, experiência e atendimento humanizado”, ressalta Erik Barros, dentista e coordenador dos CEOs estaduais.

Serviços

As oito unidades dos CEOs – localizadas em Boquim; Capela; Laranjeiras; N. Sra. da Glória; Propriá; São Cristóvão; Simão Dias; e Tobias Barreto – ofertam serviços de média complexidade nas áreas de periodontia, endodontia, cirurgia bucomaxilofacial, cirurgia oral, atendimento a pessoas com necessidades especiais, e diagnóstico bucal com ênfase no diagnóstico do câncer de boca. Esse trabalho representa uma das frentes de atuação do ‘Brasil Sorridente’, programa federal de oferta do SUS para os cidadãos. Em Sergipe, a escolha pelos centros regionalizados, administrados pela Funesa, foi uma iniciativa do governo estadual para assegurar que os municípios que não possuem CEO municipal pudessem ter acesso a esses serviços.

Além desses serviços, os Centros também contam com a garantia de exames complementares como radiografias periapicais, interproximais, oclusais, panorâmicas e exames anatomopatológicos para o correto diagnóstico e tratamento da saúde bucal. Se o paciente for diagnosticado com necessidades de alta complexidade, ele precisa retornar à UBS ou ir diretamente à rede hospitalar. Na rede hospitalar, os atendimentos odontológicos são realizados no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Hospital Regional de Itabaiana e Hospital Universitário (HU).

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Última atualização: 31 de agosto de 2021 16:57.




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