Bruxismo: disfunção dentária pode ser ocasionada por problemas emocionais

Odontóloga fala sobre sintomas, causas e tratamento

Você já ouviu falar em bruxismo? É o hábito involuntário de ranger e apertar os dentes. Os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 30% da população mundial e 40% dos brasileiros sofrem com essa disfunção. Especialistas dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), administrados pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), afirmam que, na maioria das ocorrências, esse hábito surge a partir do subconsciente e algumas pessoas desconhecem que possuem essa disfunção.

A odontóloga e coordenadora dos CEOs, Sthephany Barreto, observa que outros fatores importantes que predispõem para o bruxismo são sistêmicos, a exemplo da rinite alérgica; deficiência nutricional; deficiência endócrina; problemas gastrointestinais; fatores neurológicos; entre outros.  “Esses hábitos trazem problemas para saúde bucal e/sistêmica do paciente, afetando a qualidade de vida. Logo, a pessoa que possui bruxismo deve ter consciência que tem um problema (doença) e que há tratamento e que o cirurgião dentista é responsável pelo diagnóstico e planejamento do tratamento”, elenca.

Ainda de acordo com a especialista, o tratamento varia conforme o grau do hábito parafuncional e gera a necessidade de restaurações; ajuste da oclusão (mordida do paciente); confecção de placas; tratamento ortodôntico; medicação sistêmica; e aplicação de toxina botulínica. “A depender da situação, é preciso o tratamento conjunto a outros profissionais como psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. Ressalva-se, que existem algumas contraindicações de tratamentos dentários, sem o prévio ou paralelo tratamento odontológico”, pontua.

Na unidade CEO de Propriá, por exemplo, é possível constatar um alto índice de bruxismo entre os pacientes atendidos. “Através do diagnóstico, observamos o desgaste dentário das unidades remanescentes e, também, o desgaste em portadores de próteses totais e parciais removíveis, sendo o desgaste abrangente para dentes naturais e artificiais. No exame clínico desses pacientes observamos os sintomas mais comuns como dores musculares e/ou articulares. Nesses casos, já confeccionamos um pequeno aparelho intra-oral, chamado de From-Plateau”, explica o odontólogo especialista em prótese, Marco Antônio Nunes.

Sthephany Barreto, coordenadora dos Centros de Especialidades Odontológicas, administrados pela Funesa | Foto: Ascom Funesa

Diante de casos mais severos, os pacientes são encaminhados para os ambulatórios especializados da UNIT, UFS e ABO-SE. Em algumas situações de dor muscular e/ou articular,  os  dentistas prescrevem medicação específica para remissão dos sintomas, segundo afirma Marco Antônio. “O bruxismo noturno foi o mais prevalente entre os pacientes atendidos, sempre seguido de dores musculares e/ou articulares ao despertar. Esses pacientes relataram que se auto-medicavam com analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares conhecidos. Também observamos que em alguns casos havia o componente psicológico interagindo com os outros fatores predisponentes. Nesse contexto, encaminhamos para o atendimento e orientação psicológica”, revela Marco.

O bruxismo diurno normalmente está relacionado às atividades que exigem concentração ou esforço físico. Quanto ao noturno, alguns estudos consideram que pode estar relacionado às fases do despertar do sono  com a emissão de luz no rosto, tato ou barulho. Outras pesquisas apontam estar relacionado à posição de dormir. Os problemas bucais ocasionados pelo bruxismo são desgastes dentários; fraturas de estruturas dos dentes ou restaurações; perda óssea (onde o dente é sustentado); dores musculares da mastigação; e alteração da Articulação Temporo Mandibular (ATM). Já os sistêmicos são dores de cabeça; fadiga muscular; rigidez cervical; zumbido; vertigem; entre outros.

 

Por Ascom Funesa

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Última atualização: 10 de janeiro de 2019 13:36.




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