Capacitação de agentes em Lagarto gera retorno positivo à saúde de trabalhadores

Trabalhos elaborados em curso poderão virar artigos científicos por lançarem um novo olhar na saúde comunitária

Após capacitar cinco turmas de agentes de saúde e endemias no município de Lagarto, a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), por meio da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP/SE), realiza resgate de todos os trabalhos produzidos pelos alunos durante o curso, que especializou 125 agentes, para análise e posteriormente elaboração de artigos científicos. A resposta da capacitação foi positiva e as informações fornecidas já estão sendo colocadas em prática pelos agentes.

A ação denominada ‘Capacitação em saúde no trabalho para equipes de saúde’, ocorreu por meio de parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Secretaria Municipal de Saúde de Lagarto e Centro de Referência à Saúde do Trabalhador (Cerest) Regional de Lagarto. A ação contou com cinco turmas e teve como público-alvo, agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias do município de Lagarto.

O docente da ESP/SE, Francisco Santana, explica que os alunos fizeram trabalhos brilhantes, seguindo roteiros temáticos relacionados à saúde do trabalhador. “Nessas produções, pudemos identificar riscos e perigos relacionados ao trabalho e os problemas de saúde dos trabalhadores em diversas áreas”, explica Francisco.

De acordo com o professor há um momento no curso em que o aluno retorna para sua equipe com a visão ampliada e novas ideias. Nessa etapa, ele observa que pode ocorrer um choque conceitual, um conflito, que promoverá mudanças na vida do trabalhador, porque a saúde será discutida por outro ângulo.

“Após todo esse processo, chegamos até aqui para avaliar os trabalhos, produzidos pelos alunos durante o curso, como se fosse um grande relatório e avaliar os questionários respondidos por eles, sobre o que mudou com a nova formação. A partir daí poderemos ter base para a produção dos artigos científicos”,disse.

Na visão do docente, todo o processo do curso de capacitação está diretamente ligado à prática de educação permanente na saúde, onde se misturam especialização e cotidiano. “A UFS vem coordenando o processo relacionado aos artigos científicos. A Funesa mantém uma relação estreita com a Universidade Federal de Sergipe, e agora, com o Ministério Público do Trabalho. Temos na Fundação Estadual de Saúde o melhor conceito e aplicação de educação permanente, com prática aliada ao trabalho”, conclui Francisco.

Mudanças

Para a agente Mara Santos, após o curso, a forma de orientar o trabalhador mudou. Ela relata que muitos trabalham nas roças de forma inadequada e antes do curso, ela não dava muita importância, achava que era normal. “Como trabalho na zona rural, muitos dos trabalhadores do meu território não se protegem de forma adequada. Alguns já foram orientados e começaram a fazer o uso de EPI’s. Me agradeceram e relataram que algumas irritações na pele, como coceira nos olhos e dores de cabeça já não acontecem com frequência”, relata a agente comunitária.

Deise Araújo Silva é agente de Saúde e afirma que antes observava as comorbidades do paciente e não percebia, de fato, a situação de saúde daquela pessoa. “Hoje, chego e busco saber mais além. Pergunto se a situação que ele vive foi devido ao trabalho que executa. Percebo que alguns mudaram de atitude em relação à saúde no trabalho. Uma manicure, não usava luvas e passou a usar para se proteger. Um barbeiro deixava as tesouras soltas. Falei do cuidado de afastar esse objeto. Ele ficou ciente e está tendo cuidado”, comemora

Texto/ Foto: NUCOM/Funesa

Mais notícias:

Última atualização: 30 de novembro de 2023 12:56.




Pular para o conteúdo