Fruto de um compromisso firmado entre a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola Técnica do SUS (ETSUS/SE), e a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a fim de qualificar trabalhadores do SUS, a ETSUS realizou, nesta sexta-feira, 6, a aula inaugural da segunda turma do Curso Técnico em Vigilância em Saúde (CTVS) 2019. Por meio de edital de seleção, a Escola ofertou 30 vagas contempladas por todas as regiões de saúde, exclusivas aos trabalhadores do SUS que atuam na Vigilância em Saúde.
A capacitação visa a transformação das práticas profissionais em seus espaços de trabalho e o fortalecimento do SUS, por meio da efetivação da Política de Educação Permanente em Saúde. Para a egressa da primeira turma do CTVS, Silvaneide Nascimento, o período de três anos de curso contribuiu tanto para o crescimento profissional, quanto para o pessoal. “Aqui na Escola eu tive demonstração e incentivo à capacidade da qual não conhecia. Posso dizer aos atuais alunos que não há lugar melhor para fazer o curso técnico”, destacou Silvaneide.
Silvaneide acrescentou, ainda, que “essa Escola tem um corpo docente maravilhoso. O curso não é fácil, mas escolhemos estar aqui para fazer diferente. Com a experiência dessa capacitação passamos a ter visão de gestão, administração, epidemiologia e tudo que enriquecesse o nosso trabalho enquanto trabalhador do SUS. Sou uma ferramenta do SUS que está levando informação àquela comunidade e pessoa precisa, enquanto usuário do SUS. Não somos trabalhadores do mínimo, mas do máximo”.
Segundo a coordenadora do Curso Técnico em Vigilância em Saúde, Ana Carla Guedes, esse curso foi preparado com muita dedicação e que a equipe da ETSUS deseja que os alunos saiam formados em Técnicos em Vigilância em Saúde e possam contribuir para promoção e proteção da saúde, além de prevenção de doenças e agravos, no território deles. “Em linhas gerais, o curso tem 1.500 horas, sendo 1.200 horas teóricas e práticas, incluindo outras atividades com apoio da Plataforma EAD, sempre pensando em aproximar a teoria da prática. Todos os componentes curriculares e conteúdos programáticos foram organizados pra que o discente desenvolvesse competências, habilidades e atitudes necessárias para o exercício profissional”, explicou.
Representando Enock Luiz Ribeiro, presidente do Cosems (Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde), a secretária de saúde do município de Divina Pastora, Ana Lídia Barros, disse que o Conselho fica muito feliz com essa parceria e em ver que a Funesa está fazendo a sua atribuição no segmento de Educação Permanente não apenas no curso de Vigilância, mas nos âmbitos dos SUS. “Desejo que os alunos aproveitem o curso, persistam e sigam até o fim. Que mantenha o foco com garra, estudem e levem esse conhecimento ao território de vocês. É um trabalho importante e a população agradece”.
O evento também contou com a palestra sobre o “Papel e desafio da Vigilância em Saúde no SUS”, minsitrada pela diretora de Vigilância em Saúde do Estado, Mércia Feitosa. De acordo com a diretora, a SES e o secretário Dr. Valberto de Oliveira agradecem todo o esmero, nessa luta incessante em ofertar à população a saúde que a população merece. “Temos que proporcionar um serviço de qualidade. Começar a capacitar as pessoas que estão em campo é começarmos a entender que isso é chegar ao SUS que nós queremos. Vocês, trabalhadores da saúde, são protagonistas de uma saúde de qualidade. Por isso se apropriem disso, bebam do conhecimento e terão o olhar ampliado”, ressaltou.
Fortalecimento da Vigilância em Saúde
“A Vigilância na saúde pública é uma área iminentemente preventiva. A Lei 8.080/90 é clara quando define a Vigilância Sanitária como um conjunto de ações para prevenir riscos à saúde da população”. Assim destacou Teresa Cristina Maynard, gerente de Vigilância Sanitária da SES, durante a aula inaugural, quando também falou sobre a importância do fortalecimento da Vigilância em Saúde. Ela complementa que “trabalhar com Vigilância é apaixonante porque atua com os fatores de risco e protege a saúde da população. É muito bom estar aqui para aprender, interagir. Vale ressaltar que não podemos dissociar a Vigilância Sanitária do SUS”.
Conforme pontuou a gestora, a própria Constituição Federal, no artigo 200, informa que compete ao SUS desenvolver ações de Vigilância. “Estamos aqui para trabalhar, proteger a população e gerar avanços nos municípios. Fazemos parte de um sistema e precisamos estar sempre na transversalidade dos setores para que possamos avançar. Por isso precisamos fortalecer as Vigilâncias Municipais, contribuindo para mais efetividade do serviço”, observou Teresa Cristina.
Rosyanne Vasconcelos, coordenadora da ETSUS/SE, declarou que é uma satisfação e um privilégio a Escola poder ofertar um Curso Técnico de Vgilância, diante de um cenário de dificuldades. “Os profissionais do SUS precisam passar por qualificação e as Escolas Técnicas foram criadas estrategicamente para atender as demandas do SUS. Entre as características diferenciadas, as Escolas Técnicas do SUS são instituições que possuem a capacidade de dialogar, de fazer interlocução com as secretarias de saúde e promover a integração ensino-serviço. É importante destacar a parceria e o apoio da SES pelo investimento, apoio e aposta nesse curso, além da disponibilização dos seus técnicos, sempre em alinhamento conosco. Também agradecemos a parceria das Secretarias Municipais de Saúde, que acreditam na valorização do profissional”.
Para a diretora geral da Funesa, Lavínia Aragão, o olhar de vigilância tem que ser de todos, independente do espaço onde o trabalhador da saúde atua. “Tem que ser um olhar estratégico, desafiador, pois dialoga com a proposta do SUS que acreditamos. E não é só olhar para a doença. O olhar de Vigilância é o olhar da promoção, da proteção, é pensar ‘anos-luz’ antes de pensar na doença. No dia que conseguirmos, de fato, contribuir para um olhar epidemiológico, a gente vai conseguir caminhar na lógica dos países desenvolvidos, que investem em promoção e proteção. Precisamos, cada vez mais, disseminar essa essência da Vigilância, que é a essência do cuidar, que se aproxima muito mais da lógica da qualidade de vida, que nos define como profissional de saúde e não de doença. Sobretudo é um olhar desafiador por ser diário, não apenas em meu local de trabalho, mas onde estivermos. Vale frisar que é a partir da Vigilância que faz com o SUS seja universal, para todos”, pontuou.
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Última atualização: 17 de setembro de 2019 12:49.