Oficina qualifica profissionais sobre Notificações de Agravos Relacionados à Saúde do Trabalhador e Trabalhadora

Foto: Pedro Alexandre

O trabalho da Atenção Primária à Saúde (APS) é essencial na promoção da saúde do trabalhador e trabalhadora. A fim de aprimorar procedimentos de notificação de Doenças e Agravos Relacionados ao Trabalho (DART) e Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho (TMRT), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP/SE), realizou, nesta quinta-feira, 09, a Oficina de Qualificação de Notificações de Agravos Relacionados à Saúde do Trabalhador e Trabalhadora. A ação foi direcionada a profissionais da rede de Atenção Primária e Vigilância Epidemiológica dos municípios sergipanos.

A oficina foi ministrada pela referência técnica do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), o psicólogo Elder Magno Freitas, que abordou sobre fluxograma de notificações, no âmbito de DART e TMRT, e seus respectivos conceitos, identificação de caso; bases legais, aspectos do preenchimento e critérios gerais de diagnóstico em TMRT. De acordo com o facilitador, a notificação gera as ações de saúde do trabalhador, enquanto procedimento de registro dessas doenças e agravos. “A Atenção Básica é uma das principais notificadoras: que preenche a ficha, que notifica, que envia essas fichas para o sistema e encaminha esses trabalhadores para o atendimento mais especializado, como o Cerest”, explicou.

Foto: Pedro Alexandre

Participante da oficina, o enfermeiro e gerente em uma Unidade Básica de Saúde em N. Sra. do Socorro, Cleverton Alves, afirmou que a ação educacional foi produtiva, pois também são multiplicadores na otimização dos processos de trabalho. “A oficina foi bastante enriquecedora. Levaremos essa atualização e novos aprendizados para a equipe, além de dialogar sobre algumas situações e otimizar ações. Em se tratando da saúde do trabalhador, esse trabalhador é aquele que também proporciona saúde à comunidade, por isso é importante desenvolver esse cuidado”.

Ainda de acordo com o Cleverton, quem atua na ponta, na assistência, precisa atualizar esse conhecimento, para que as fichas sejam preenchidas com as informações corretas, pois é através da notificação que os dados são levantados, para que o profissional saiba o que está acontecendo e como proceder. “Se não há uma notificação correta, se não há ação ‘in loco’, também não há um olhar especializado em relação ao que o trabalhador está necessitando no momento. Então é super pontual essa questão das notificações: mostrar as fichas que existem, as fichas que podem ser casadas, que podem ser utilizadas, e os campos que devem ser preenchidos e são essenciais”, destacou.

Foto: Pedro Alexandre

Para o facilitador, o papel da APS é muito importante para realizar intervenção dirigida adequada para diversas situações e, para alcançar resultados satisfatórios, a oficina também promoveu a conscientização desse processo, para que o trabalhador saiba identificar o usuário que está em sofrimento, com uma queixa, e se a demanda que ele leva está relacionada ao trabalho. “Se o recepcionista, o atendente, o enfermeiro, o médico, ou o gestor da unidade não tiverem esse olhar ou essa sensibilidade de identificar que aquele usuário também é um trabalhador, e que o problema que ele leva pode estar relacionado ao que ele vive no trabalho, à atividade que ele executa, é difícil trabalhar e ofertar uma assistência de qualidade para esse trabalhador”, ressaltou Elder Magno.

A oficina foi direcionada às regionais de saúde que não têm Cerest, que são: Nossa Senhora do Socorro, Propriá, Itabaiana e Estância. Para essas regionais, a responsabilidade de apoio técnico é do Cerest estadual. Já as outras que possuem Cerest, recebem esse apoio direto.

Protocolo

A notificação serve para registrar os agravos e doenças relacionados ao trabalho; possibilitar o mapeamento de agentes e fatores de risco à saúde do trabalhador; promover ações de prevenção e assistência dirigidas para empregadores e trabalhadores. A notificação somente é realizada através de preenchimento através da Ficha de Notificação e Investigação (FNI), disponível no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio do endereço: http://portalsinan.saude.gov.br/doencas-e-agravos.

A partir da avaliação inicial do usuário, a queixa, a atividade e a ocupação. Nessa primeira avaliação, o paciente é encaminhado para o médico clínico ou psicólogo (no caso de TMRT) para consulta e definição de diagnóstico. Munido de dados clínicos, do histórico ocupacional e exames, se necessário, o profissional pode fechar o diagnóstico e assim preencher a ficha de notificação pelo SINAN. Em caso de dúvidas sobre o diagnóstico de DART, pode encaminhar para o Cerest, para que o nexo causal seja estabelecido e os encaminhamentos devidos realizados.

 

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Última atualização: 10 de março de 2023 14:40.




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