Profissionais de saúde são capacitados sobre abordagem e manejo na atenção à crise psiquiátrica

Foto: Míriam Donald

Crise psiquiátrica é um assunto que pouco se discute, mas pode surgir a todo o momento, como uma condição difícil de lidar. Diante da necessidade de discutir a temática com profissionais de saúde que atuam nas unidades básicas e hospitalares, com foco nas áreas de serviço social, medicina, enfermagem e psicologia, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), iniciou na terça-feira, 06, o Curso em abordagem e manejo na atenção à crise psiquiátrica. A capacitação seguiu com a primeira turma nesta quarta, 07, e continua nos dias 15 e 16 de dezembro, com a segunda turma.

Presente na ação, a psicóloga Angélica Oliveira Nascimento, que atua no Hospital Regional de Itabaiana falou sobre seu interesse em participar da capacitação, pois entende que saber lidar com o paciente em crise psiquiátrica é imprescindível. “No hospital, normalmente o paciente vem com outro tipo de patologia, outro tipo de doença para ser tratada. Se há uma comorbidade e alguma questão que às vezes é aflorada, pode ser desencadeada no decorrer da hospitalização, e é fundamental saber lidar com alguma condição que possa desencadear uma crise psiquiátrica”, disse.

Foto: Míriam Donald

A profissional também ressaltou que nos últimos meses foi possível perceber muitas crises psiquiátricas, que às vezes podem gerar situações graves. “Esses casos também são efeitos da pandemia, por isso que a gente precisa sempre estar atento e saber como proceder”.

De acordo com a médica psiquiatra e especialista em psiquiatria geral, que atua na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), Ana Angélica Menezes, há o aspecto físico de uma pessoa que está passando por uma crise e não consegue lidar, portanto não é apenas uma questão médica, que pode ser resolvida com alguma medicação. “É necessário conhecer o que o(a) paciente está sentindo, o que está sofrendo. Às vezes a pessoa está sofrendo muito e quer que alguém olhe pra ela, confie nela. Então não é uma situação de fácil manejo, e normalmente não é abordado. Muitas vezes a abordagem ministrada em um curso de psiquiatria é o manejo terapêutico medicamentoso, mas a primeira coisa é tentar estabelecer uma relação de confiança”, destacou.

Ainda de acordo com a especialista Ana Angélica, é muito importante que as pessoas entendam essa condição, pois é uma situação que não ocorre só em hospitais. “Ela surge no ambulatório, na rua, na casa da gente, com o vizinho. Por isso é necessário que a gente compreenda. É fazer o exercício de enfrentar o preconceito, e cuidar como qualquer doença”, pontuou a psiquiatra.

 

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Última atualização: 7 de dezembro de 2022 18:32.




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