Saúde capacita profissionais para identificar sinais de violência contra idosos

É essencial que os profissionais de saúde e segurança pública conheçam os direitos dos idosos e saibam como agir diante de casos de abuso

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual da Saúde (Funesa), realizou nesta quinta-feira, 20, uma webpalestra com o objetivo de capacitar profissionais de saúde da Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica para identificar sinais de violência contra idosos e destacar a importância da notificação. 

Um dos palestrantes foi o diretor da Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Goes, que explicou que a notificação compulsória da violência contra idosos é obrigatória desde 2011 para todos os serviços de saúde, públicos e privados. É uma obrigação legal notificar todos os casos, seja na suspeita ou confirmação. 

“A violência interpessoal e a agressão física são formas significativas de violência, assim como os maus-tratos, abandono e negligência. Além disso, as tentativas de suicídio têm aumentado nessa população. É essencial que todos os municípios organizem suas vigilâncias epidemiológicas com atenção especial à violência contra idosos”, afirmou Marco Aurélio. 

De acordo com Neilson Santos, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Ações para a Terceira Idade da Universidade Federal de Sergipe (UFS), é fundamental promover campanhas e debates para conscientizar a população. “É vital que esses profissionais conheçam os direitos dos idosos e saibam como agir em situações de abuso”, informou. 

Ainda segundo o coordenador, a sociedade deve ser inclusiva e acolher pessoas de todas as idades. “Reconhecer que o idoso é um sujeito de direito é essencial, pois muitas vezes eles não são considerados como tal. É necessário conhecer melhor os direitos dos idosos e entender os tipos de crimes de violência a que estão sujeitos para enfrentar essa situação de forma eficaz”, destacou. 

Como denunciar  

A assistente social Nádia da Silva explicou que o público-alvo das ações de conscientização inclui principalmente os profissionais de saúde, mas é importante também divulgar essas informações para o público em geral, ressaltando a existência de canais para denúncias de maus-tratos contra idosos. 

“As instituições de longa permanência e de saúde, que recebem notificações de maus-tratos através de canais como o Disque 100, têm um papel crucial nesse processo. Quando um idoso sofre maus-tratos, a denúncia pode ser feita por qualquer pessoa que perceba a situação, sem o risco de ser identificada. Além do Disque 100, as denúncias podem ser encaminhadas à Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), ao Ministério Público ou aos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAs)”, destacou Nádia da Silva. 

Ela também mencionou que existem casos em que o próprio idoso faz a denúncia, embora frequentemente o agressor seja um parente próximo, e o idoso tema represálias ao retornar para o mesmo ambiente. “Mesmo com medidas protetivas emitidas pela justiça, a violência pode continuar se o idoso permanecer no mesmo local. Desmistificar o medo de denunciar e garantir que ninguém deve ser maltratado é fundamental”, ressaltou.

Texto e Foto: NUCOM/Funesa

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Última atualização: 26 de junho de 2024 14:47.




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