Webpalestra “Saúde da mulher: Indo Além dos Cânceres de Colo de Útero e de Mama” encerra as comemorações pelo mês da mulher

Março é reconhecido em diversos países do mundo como o Mês da Mulher. Em alusão às comemorações realizadas durante todo esse mês, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), juntamente com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), através do Telessaúde Sergipe, realizou a webpalestra “Saúde da Mulher: Indo Além dos Cânceres de Colo de Útero e de Mama”.

A ação contou com a participação de profissionais especializados em diversas áreas da saúde, dentre eles o médico Almir Santana, referência técnica estadual do Programa de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV e Hepatites Virais, que fez uma fala sobre temas sensíveis às mulheres. Ele optou por abordar a sexualidade feminina, os mitos e as dificuldades que a mulher tem em enfrentar essa sexualidade, e fez um alerta aos profissionais da saúde quanto à necessidade de ser ofertada uma abordagem respeitosa às mulheres, reconhecendo suas dificuldades, fantasias sexuais e outras questões que merecem o devido cuidado. “O nosso tema de hoje fugiu do tema câncer. Minha intenção foi falar sobre algumas infecções sexualmente transmissíveis, como é o caso do HIV, e sobre a importância de o profissional de saúde falar sobre a higiene íntima da mulher e, claro, sobre a necessidade do uso do preservativo, tanto pelas mulheres como por seus parceiros”, explicou. Assuntos como pré-natal, HPV, sífilis congênita e o combate à infecção pelo HIV em crianças também foram tratados.

Para o nutricionista Ronaldo Cruz, referência técnica estadual em Alimentação e Nutrição na SES, os temas abordados na webpalestra propiciam reflexões muito interessantes, sobretudo no que diz respeito à necessidade de termos um olhar diferenciado quanto aos transtornos que afetam as mulheres, inclusive problemas aos quais elas estão propensas de maneira significativa, como a obesidade. Um dos dados apresentados dá conta de que o Brasil, hoje, ocupa a 10ª posição no mundo em relação à população com obesidade e, até 2025, deverá ocupar a 5ª posição. “Nós sabemos das consequências que a obesidade traz, sobretudo em relação a um aumento expressivo das doenças crônicas não transmissíveis, que são as doenças que mais matam no Brasil. Então, é importante que, aproveitando o mês de março, a gente traga essa reflexão em relação à importância de se trabalhar na Atenção Primária à Saúde, nos espaços aonde for desenvolvido esse trabalho junto aos usuários do SUS”, esclareceu.

Terapeuta ocupacional de formação e referência técnica da Saúde Mental para Atenção Primária à Saúde na SES, Carlos Galberto Franca Alves fez uma fala focada na saúde mental e no autocuidado da mulher. Foram abordadas, ainda, questões que envolvem diretamente o público feminino, como as diferentes sobrecargas que as mulheres enfrentam no seu dia a dia como mãe, mulher, dona de casa, trabalhadora informal ou formal, estudante. Ele destacou que muitas mulheres têm duas, três ou quatro dessas funções, que geram uma sobrecarga nunca antes vista sobre elas. “Muitas vezes não é permitido à mulher que ela se sinta cansada, que ela se sinta deprimida. Ela tem que ser a que está sempre forte e que está preparada para aguentar os reveses da família. Nós, enquanto serviço de saúde, enquanto profissionais de saúde, a gente precisa estar um pouco mais atento para esse comportamento das mulheres, que, às vezes, chega como um choro, como uma queixa de um cansaço extremo, como as relações na família já tumultuadas. A gente tem que tentar descobrir o que estaria levando a isso, e não tratar simplesmente como algo que é comum, pois não é”, esclareceu ele.

Durante sua participação, Carlos Galberto falou também sobre a mudança do papel da mulher na sociedade, que antes era restrito a dois espaços: o de esposa e o de mãe. Explicou como, em meados do século XX, a gente começou a ter, com o movimento feminista, mudanças radicais, quando a mulher passou a se inserir no mercado de trabalho e deixou de ser apenas aquela que podia ser a professora, a que ensinava atividades do lar. “A mulher passa a se inserir no mercado de trabalho e vai se colocando como uma trabalhadora, inclusive com remuneração assalariada. E mesmo com todos esses ganhos que a gente tem da metade do século XX para cá, ainda hoje, a gente precisa estar garantindo alguns direitos às mulheres, mesmo que lá na Constituição esteja escrito que deve existir igualdade entre homens e mulheres. Entretanto, a realidade nem sempre é essa: principalmente quando vai lá no quesito salarial. Muitas mulheres, ainda que na mesma função que os homens, ganham bem menos”, pondera ele.

A webpalestra foi mediada pela enfermeira, especialista em Saúde Pública, referência técnica estadual em Saúde da Mulher na SES, Elaine Cardoso Santos. A ação foi acompanhada por centenas de pessoas, em 27 municípios, nos estados de Sergipe e Alagoas.

 

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Última atualização: 1 de dezembro de 2022 17:16.




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